sábado, 3 de outubro de 2009

Passado.

O corpo pesa.
A alma dorme.
O olhos fecham.
Exaustão.

Queria dormir por uma semana.
Queria apagar algumas pessoas de minha mente.
Eu já as ignoro.
Eu já as matei dentro de mim.
Mas ainda penso.
Penso que não valeu a pena me dedicar.
Penso que devo ser uma péssima amiga, ou uma grande otária.

Antes ser uma grande otária do que oferecer a péssima amizade que recebi tantas vezes em troca.

É isso, apenas um amontoado de idéias.

domingo, 26 de julho de 2009

O monstro sem nome.



É uma histórinha que contaram em um anime:"Monster". Assistindo novamente pensei nas angústias que as vezes se tem em busca de algumas coisas, pessoas que passam por cima das outras para alcançarem seus objetivos, e quando conseguem percebem que estão sozinhas.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A Fábrica.



Quando nascemos nos escolhem um nome. Enquanto crescemos formamos nossa identidade visual e nosso caráter. Crescemos um pouco mais e começamos a trabalhar. Nos escolhem pela postura, capacidade e qualificação. Nos dão uniformes: "Que legal não precisarei me preocupar com a vestimenta". Apesar daquela roupa não ser sua, não demonstrar sua identidade, ainda é você, é seu cabelo, sua criatividade, sua customização, você ainda tem sua individualidade. Te trocam os sapatos e te dão casacos, não querem cores, não querem personalidades, querem é um padrão mascarado pelo nome de formalidade. Costuram sua boca - "não se pode falar" - te ferem os olhos -" não se pode ver certas coisas" - Alinham seus pensamentos. Te proíbem enfeites, cores e adornos. Te desfiguram o rosto e algemam pelo pescoço com gravatas e lenços, tudo igual, no mesmo tom. Você ainda tem seu nome, você ainda pensa. Um belo dia te numeram e classificam por letras, a qualidade de ser humano não existe mais, é apenas mais um produto do sistema vendido pelo código.


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Crescer.




Olho para o passado e o comparo com o presente.
Antes as crianças jogando bafo com "tazoo" ou outras figurinhas colecionáveis de salgadinho, agora dão lugar a fumantes nos corredores de uma universidade.
As crianças antes valentonas dão lugar a seres prepotentes.
As laranjinhas dão lugar a cerveja e as bonecas à mascaras.
Os sonhos deram lugar aos projetos.
Os rostinhos sujos a maquiagem.

A gente cresce e com o tempo vai perdendo o encanto que tínhamos pelas coisas quando éramos crianças. São horários, filas, palestras, compromissos. Não pulamos mais nas poças de chuva, nem cantarolamos no banho, nem fazemos esculturas e até "roupas" com a espuma de shampoo. Não comemos mais leite em pó puro e de colher. Não chegamos mais no 1º dia de aula e perguntamos "quer ser meu amigo?".

Outro dia deitei na grama e vi uma estrela cadente. A minha infância inteira, eu sempre deitava no chão e olhava para o céu. As vezes tinha impressão que poderia tocar as estrelas me esquecia o quão longe eu estava.

Eu não sinto falta de ser criança, sinto falta de ver pessoas menos sérias e fingidas de importantes. Sinto falta de darem valor para a amizade. Ser criança não é fácil.

Quantas angustias esqueço quando subo em um balanço! Ainda busco o entusiasmo inicial que eu possuía pela vida. Ainda tenho, mas grãos de areia nunca mais me fascinaram, pequenas coisas ainda me saltam aos olhos, mas creio que tudo é mais colorido para uma criança.

sábado, 4 de julho de 2009

Um dia na cidade.



Peguei a estrada, e fui atrás de um rumo.
Chega de marasmo, chega de papéis, chega de novela.
Deu, cansei. Chega de noticias sangrentas na tv.

Sai andando, cantarolando.
Com um sorriso na cara, e um coração transbordando de amor.
Vi passáros cantando, brincando nas poças de água.
Vi crianças correndo, idosos jogando dominó e contando piada.

Filas? Imagina, aproveite o tempinho parado e olhe o céu.
Tanta vida gritando ao redor!!!
As buzinas fazem uma orquestra (a dos malcriados, com apresentação maior nas sextas-feiras a partir das 17:30 h ).
"JOÃO VEM PARA CASA AGORA SEU DIABO"
Ahhh, que doce senhora, aquecendo a voz para cantar no teatro municipal junto da orquestra.

Vi uma criança fazendo bolinhas de sabão e seu cãozinho pegado-as.
Vi desenhos engraçados nas nuvens.

Os papéis de bala colocados cuidadosamente pelas pessoas no chão,
vi rodopiando em uma espécie de dança com o vento.
Parecia um furacãozinho.

Como é doce o otimismo.
Como faz falta ser criança as vezes.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Peso.




Se eu fecho meus olhos,
Me transporto daqui.
Meu corpo é pesado, não vai comigo.

Até mesmo eu me deixei para trás.
Peso maldito.
Um amontoado de erros tem rosto,
O meu.

Como posso tanto errar,
Se sempre busco acertar?
Minhas palavras me ultrapassam.
Não se engane pelo que ouso gritar.
Sou como uma criança desesperada.

Não sou sempre triste.
Mas ninguém é feliz 24h, 365 dias.
Sou humana, tenho sentimentos.
Sou um mosaico,
Parte minha é otimista e alegre,
Parte outra é cicatrizes e ausências.

PS. Escrito há alguns dias.
PS2. O amor me potencializa as coisas boas.

domingo, 21 de junho de 2009

Acabaram as cores?




As gotas vão caindo e molhando minha face.
Os tons são cinzas, os rostos gélidos.
O corpo pesa, ando como se o arrastasse.
Os olhares estão tão mortos, tão sem sentimentos.

Onde fomos parar?
As lágrimas escorrem, ninguém se importa.
São estranhos. São apressados e ocupados.

Onde foi parar a vida que grita aqui dentro de mim?
As pessoas não tem mais isso?
Esta frio e solitário.
O chão esta cheio de lixo, onde estão as flores?

O dinheiro e o lixo não tem o colorido real das flores.
Não trazem a alma e a beleza de uma arte.
Os valores morais se perderam,
Os laços se romperam.

Não sei para onde o mundo vai,
Mas meu porto seguro,
Ah, este esta no peito de um homem.
Seu abraço me faz esquecer das coisas que latejam em minha cabeça.
Tenho meu mundo particular ao teu lado,
E forças para encarar o mundo que me cerca.

Te amo André.

sábado, 20 de junho de 2009

Lacunas




Passo e vejo as crianças no parque."Que saudade!"
Minha mente tão afiada quanto um punhal me craveja:
"Não sentes falta do passado, mas sim das ausências."


Ausência de responsabilidade....
Ausência de amigos;
Ausência de sonhar.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O mundo esta tão grande.



Vivemos no meio de uma multidão.
Muitas vezes nos sentimos sós ainda sim.
As pessoas passam e não se olham. Não notam.
Andamos com a cabeça cheia. E muitos com o coração vazio.


Um dia chega alguém diz que fulano se matou.
"Como não percebi nada?"
Sequer sabemos a cor das janelas do mercado publico, ou da casa da vizinha.
Como é que saberemos dos sentimentos da pessoa ao lado, em um mundo tão mascarado?


Falta amor, falta compaixão, caridade e companheirismo.
Para sair e tomar uma cerveja terás muitos amigos.
Para sair para desabafar, ou simplesmente caminhar conversando, terás alguém?


A indiferença nos olhares, a frieza nas condutas só aumentam.
Aumentam junto, as taxas de viciados, suicidas e criminalidade.
Quantos caminhos poderiam ter sido diferentes com uma conversa?
Com a certeza de ter um amigo?


Conseguimos ir até a lua, e não conseguimos quebrar os abismos existentes entre nós.

domingo, 17 de maio de 2009

Escrita terapeutica?




Eu escrevo, porque assim não atormento ninguém.
Escrevo para parecer menos solitário o ato de falar comigo mesma.
Desenho meus tormentos com palavras.

Existem pessoas que gostam de ficar sozinhas.
Eu não tenho escolha.
Me faltam amigos, sufoco os poucos que tenho.

Eu não queria ser assim.
Eu queria estar sempre bem.
Mas, existe alguém sempre bem,
ou é apenas mais um produto vendido pelo sistema?

Continuo flutuando no lago.
Vou me afastando de tudo,
Me isolando em mim.
Conversando com as estrelas.

sábado, 16 de maio de 2009

Mascara




Não seja sincero.
Não demonstre a verdade.
Tenha sempre um sorriso na cara.
As pessoas não querem saber o que você sente,
Só querem que você demonstre felicidade,
e tudo ficará bem.

Use uma mascara.
Com ela você esconde solidão,
Cansaço, olheiras.
Mas seus olhos não mudam.
A mascara não cobre o coração.

A vida é um espetáculo,
Aprenda a atuar,
Porque no fim, é só você e você.

Não saia da linha,
Ser diferente não é bom para sua imagem ou "futuro".

Amizade é uma utopia, ninguém se importa.
As pessoas partem sempre.
Só os sentimentos ficam.
Só o que você fez sentir é eterno.
Eu não quero aprender o que o mundo me ensina.

Prefiro expor minhas cicatrizes e desanimo,
Do que me esconder.
Sou real, tenho sentimentos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Desvaneios.



Meus passos não se escutam.
Minha presença não se sente.
Minhas palavras silenciaram.
Será que só existo em minha mente?

Eu ainda vejo, eu ainda sinto.
Mas as pessoas ainda me sentem?
Me perco nesse turbilhão de emoções.
Posso não ter várias certezas, 
Mas sei que o que eu sinto é real. 
No meio da loucura ainda sou eu. 

Não se engane pelo que eu digo, ou pelo que ousarei gritar.

Eu quero voar.
Eu quero alguém para conversar.
Você vai segurar minha mão,
E dizer que tudo vai passar?
Eu preciso disso, mesmo sabendo não,
Que nada passa, que tudo é eterno
Dentro do mundo que é um segundo.

Sou feita de
 zilhões de mundos.
Sou feita de milhões de cacos.

De todas as incertezas, me vem uma certeza:
O amor me faz uma pessoa melhor.
A tua presença me retorna a sanidade.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Vampira de vidas.




Era uma jovem que tinha uma voz doce.
Ela chamava-me tão seguidamente, e tão calmamente.
Será que vale seguir em frente?
Ela perguntava-me insistentemente.

Se você me abraçar e me levar,
Quanto tempo vão levar para notar que eu parti?
Será que vão notar ainda minha falta após um mês?
Eu perguntava, ela só ria.

A vista aqui de cima é agradavél,
Mas não tenho asas.
Que dom terrivél tens, eu lhe dizia.
Ela me respondia, que era uma dádiva para alguns,
Seu abraço de misericórdia.

Caminhávamos lado a lado.
Seu rosto eu nunca vi, apenas senti sua ausência de calor.
Eu nunca mais a escutei,
Acho que desistiu de mim.
Desistiu de me tentar a ir com ela.

Meu lugar é aqui,
Tenho um mundo a descobrir.
Eu tenho calor em meu abraço e presença.
Não vou voar, não vou me afogar,
Por mais que as vezes ache que sim.
As vezes quando se ama, as coisas fazem menos sentido ainda,
Mas tem muito mais valor, e importância.
Por estes vales, eu não ando mais sozinha,
Nem acompanhada pelo frio.
Por mais fraco se sinta, isso não quer dizer que não se é forte.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Justificativa

Escrevo para mim.
Escrevo para tentar extrair um pouco de tudo que sinto.
Para aliviar.
Para me limpar.
Consigo?
Não sei....
Ás vezes penso, que dessa forma, apenas imortalizo o que estou a sentir.

Me sinto flutuando em um lago.
Tenho medo de dormir e me afogar.

Regras para a vida






Não fale com estranhos, pode ser perigoso.
Não ande no sol, ele queima, dá câncer.
Não coma frituras.
Não tome refrigerantes, enfraquecem os ossos.
Não fale o que pensas, podes ser julgado.
Não pense, ou será excluído.
Não questione, engula a informação pronta.
Tenha medo, questão de segurança.
Não seja diferente, pois não serás querido/bem visto.
Não viva, apenas exista, dói menos.
Coma Frutas, faz bem a saúde.
Não grite, o que pensarão de você?
Não discuta, mantenha a calma.
Não sonhe, eles o pisotearão.
Não se abra, eles só querem te derrubar.
Não sinta, ou eles devorarão seu coração.

É isso que ensinam, mas não é o que eu quero.
Prefiro ser uma ferida ambulante e ainda ser um ser pensante.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Paleta de cores


A vida é um arco-íris de emoções.
Temos momentos amarelos vibrantes.
Ambições vermelhas, marcantes.
Momentos "zen", usando o azul para relaxar.

Quem dera poder "pintar" as minhas emoções.
As vezes tudo que consigo ver, é só uma tela borrada,
Nenhuma pintura bonita, mas sim uma mistura de cores que resultou em uma feia.

Mas minha visão muda, se olho com atenção;
Tenho uma centena de cores na minha vida!!!
Da janela do ónibus, vi uma borboleta,
Era amarela, com preto.
É raro vê-las na cidade.
Preto...a mistura de todas as cores.

A cidade é cinza, mas as vezes vejo pontos coloridos.
Coisas que me saltam os olhos.
Vejo cores onde ninguém vê.
Vejo rostos onde não tem.

Vi uma pétala roxa no asfalto cinza...
Isso trouxe esperança para meu coração.
Vi um sorriso em uma tomada.

Se nada que eu vejo tem um equilíbrio,
É besteira eu procurar ter o mesmo na minha vida.
Amo, choro, dou risada,
Sou humana, e tenho os olhos de uma criança.

Cintia

terça-feira, 24 de março de 2009

Problemas

Por muito tempo me julguei uma pessoa infeliz.
Não entendia os meus problemas,
Minhas instabilidades, não era feliz!

Tenho pensado muito. Acho que começo a compreender.
Já desci ao fundo do poço, e sei que agora não estou nem perto de lá.
Sou uma pessoa com problemas, e meus problemas vem de esperar demais.

Eu espero encontrar alegria na vida e nas coisas, como uma criança pequena de menos de 2 anos, que aprende a conhecer o mundo, tudo fascina, tudo é magico....espero ainda encontrar esse entusiasmo inicial. Exijo de mim mesma esse entusiasmo inicial com tudo.

Eu encontro felicidade em tantas coisas, uma nuvem de formato engraçado, uma pássaro tomando banho em uma poça. Sei que a felicidade não é um receita de bolo, é feita de pedacinhos.

Sou uma pessoa com muitos momentos felizes.
Mas me sinto só, e é uma solidão que me acompanha há anos.

Penso demais.
Não sei o que é pior...pensar demais, ou não pensar...
Engolir tudo pronto, não questionar....

O que vale mais?
Não pensar e ter uma ilusão que está tudo bem?
Possuir sentimentos programados?

Ou sentir tudo?
Incluindo coisas boas e ruins?

Eu prefiro ter problemas de equilíbrio e viver em um mundo colorido,
Do que viver na mansitude e mornitude de um mundo cinza.

Prefiro ser um mosaico de emoções, mesmo que a maioria não se encaixe.

Sou feliz, amo muito, e tenho muito para aprender, inclusive a viver.

Cíntia

domingo, 22 de março de 2009

Palavras




Como pode algo ter tanto poder?
Poder de ferir, poder de curar?
De fazer rir e chorar?
Quando escrevo torno real, imortalizo o que sinto.
Por isso escrevo o que de certa forma superei, não o que pressinto.

Como pode, tantos sons ecoarem
E nada dizerem?
Nada confortarem?
Ser jogada ao vento e esquecida,
Ter como resposta apenas o próprio som?

Como pode a mesma coisa significar tudo e ao mesmo tempo nada?
Como pode a mesma coisa ser interpretada diferente,
Por cada pessoa, em cada momento.

Pode possuir tantas variáveis,
Porque palavras, estas, sós, nada dizem.
Ecoam se contradizem.
Meus olhos não negam.
Minha alma é só uma.

Palavras sem o emissor, nada dizem sozinhas.
Precisam de face, precisam de corpo,
Precisam do que mais lhes falta: Sentimento.

Cíntia.

"Árvores são poemas que a terra escreve ao céu, e o homem as derruba, e as transforma em papel, para registrar todo seu vazio"(Desconheço o autor)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Uma bela casca



  • São só palavras, não se preocupe.
  • Elas não dizem
  • Metade do que sinto,
  • Do que vejo...
  • Ó mundo cruel,
  • Envolto nas trevas da mentira.
  • O teatro não seria belo,
  • Se visses o que há atrás da cortina.
  • Angústia, dor,
  • Solidão, amor...
  • Quantas dúvidas podem
  • Povoar um ser.
  • Não, não se assuste.
  • Abra os olhos e poderá ver...
  • Cíntia.
  • Poema escrito há algum tempo....

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ainda é cedo





Vamos embora que ainda é cedo...
Ainda da tempo de correr atrás,

De dizer um eu te amo!
De dar um abraço,
De soprar a poeira do livro da vida.
Achar recordações quase perdidas.


Ainda da tempo para viver,
Pois em um segundo,
Eu revivi minha vida inteira
E quando olhei ainda era cedo,
Vi que ainda nem comecei a andar
Por estes caminhos,
Ainda tenho muito a trilhar....

Amores a descobrir,
Amigos a fazer
E uma vida para tornar vida!
Cíntia.
P.s. Amores não no sentido de pessoa, pois já tenho oDrinhu ;)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O avesso da vida



Uma musica que sempre gostei demais...

tem uma carga imensa!!!

Uma música tão presente para tantos....

Ah quem dera que a dor fosse inexistente.

Porém se assim o fosse, a alegria não teria valor.

Tem gente que ainda não aprendeu a viver.

Eu estou tentando!

Tudo é dor, e toda dor vem do desejo de não sentir dor.

;)

Tá ai a música - Clarisse.

Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber
Aquele menino foi internado numa clínica
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha.
E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela esquece

Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer

Uma de suas amigas já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém entende, não me olhe assim
Com este semblante de bom-samaritano
Cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente

Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Clarisse sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto
A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço

Clarisse está trancada em seu quarto
Com seus discos e seus livros, seu cansaço
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
Mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito
E Clarisse só tem 14 anos...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

País das Lágrimas!



  • Lágrimas podem ser de felicidade,
    De raiva, de emoção...
    De tristeza; infelicidade...
    e de extrema solidão.


  • Lágrimas que molham sorrisos
    e ombros em um abraço apertado.
    Tem daquelas que também saem do coração...
    Escorrem pelo rosto e molham o chão.


  • Ah... nunca se sabe que espécie
    de lágrima é por si só.
    Necessitamos ver os lábios,
    Sentir o coração.


  • Como já disse Saint Exupéry
    "Como é misterioso o país das lágrimas"
    E como é.....
    Como pode caber o peso de uma alma
    Em uma particula de água?

  • Lágrimas servem como uma válvula de escape.
    Transbordam o que sentimos,
    Para não explodirmos.


  • Cíntia.