Quando nascemos nos escolhem um nome. Enquanto crescemos formamos nossa identidade visual e nosso caráter. Crescemos um pouco mais e começamos a trabalhar. Nos escolhem pela postura, capacidade e qualificação. Nos dão uniformes: "Que legal não precisarei me preocupar com a vestimenta". Apesar daquela roupa não ser sua, não demonstrar sua identidade, ainda é você, é seu cabelo, sua criatividade, sua customização, você ainda tem sua individualidade. Te trocam os sapatos e te dão casacos, não querem cores, não querem personalidades, querem é um padrão mascarado pelo nome de formalidade. Costuram sua boca - "não se pode falar" - te ferem os olhos -" não se pode ver certas coisas" - Alinham seus pensamentos. Te proíbem enfeites, cores e adornos. Te desfiguram o rosto e algemam pelo pescoço com gravatas e lenços, tudo igual, no mesmo tom. Você ainda tem seu nome, você ainda pensa. Um belo dia te numeram e classificam por letras, a qualidade de ser humano não existe mais, é apenas mais um produto do sistema vendido pelo código.
2 comentários:
Esse é o mundo que vc vive, vc nasceu nele, vc nunca viveu em um mundo diferente pra poder saber como seria estar em um. Eu queria que a tua angústia por viver aqui não fosse tão grande mas pelo que vc escreve parece um inferno, mas, Cíntia, acho que quando estamos felizes com nossas vidas, no sentido individual, nós deixamos um pouco de lado os problemas coletivos e passamos a aproveitar a nossa felicidade. Talvez teus problemas não sejam os que tu pensa que são. Eu nem faço idéia o que possa te incomodar tanto, mas acredito sinceramente que o "sistema" não faz parte disso...
beijooooooooooooo brothaaaaaar! =)
se eu me conformar com a vida, morro por dentro. A roupa que eu uso, a cor do meu cabelo não me fazem mais ou menos competentes, mas mentes preconceituosas acham que sim...,e obrigam a usar coisas que eu não gosto...ou é assim ou tô fora. É angustiante mentir pra si, fingir que aceito isso... eu não aceito. Só pq eu nasci no meio disso não preciso concordar, um dia vai ser diferente, se eu não acreditar nisso prefiro parar por aqui.
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